Desde o primeiro dia de 2022, quase quatro pessoas foram resgatadas diariamente, em média, em situação de trabalho análogo à escravidão. Ao todo, 500 seres humanos se encontravam, de alguma forma, nessa condição.
Os dados foram atualizados pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho e Previdência, nesta sexta-feira (13/5), quando é comemorado o 134º ano da Abolição da Escravatura.
O número, segundo a subsecretaria, foi impactado pelo resgate de 273 trabalhadores em um única ação realizada em Minas Gerais.
Essa operação ocorreu em janeiro e é considerado o maior resgate de trabalhadores desde 2015, o 16º maior já registrado desde 1995. A ação fiscal foi realizada em uma usina de cana-de-açúcar.
Entre janeiro e esta sexta, foram realizadas 61 ações fiscais, sendo que em 38 (62%) foi caracterizado trabalhado análogo à escravidão.
Triste ranking
Minas Gerais foi o estado com mais ações fiscais de combate ao trabalho escravo realizadas no período, com 22 empregadores fiscalizados e com maior número de trabalhadores resgatados —368. Goiás e Bahia completam o ranking.
Para reparar os danos causados pelo trabalho análogo à escravidão, o governo federal arrecadou R$ 2,3 milhões de verbas salarias e rescisórias.
Em relação ao perfil social das pessoas resgatadas de escravidão contemporânea até o momento em 2022, dados do seguro-desemprego do trabalhador resgatado mostram que 95% são homens; 31% tem entre 30 e 39 anos e 49% residem na região nordeste.
Quanto ao grau de instrução, 23% declararam possuir até o 5º ano incompleto, 17% haviam cursado do 6º ao 9º ano incompletos. Do total, 6% dos trabalhadores resgatados em 2021 eram analfabetos.