“Na próxima vez, vou te matar”. Esta teria sido a ameaça feita por Victor de Sales Batista, 27 anos, após espancar brutalmente um adolescente de 14 anos no Núcleo Bandeirante, região administrativa do Distrito Federal, na tarde de sábado (23/4). O menino revelou a ameaça de morte em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que deve intimar o agressor nesta segunda-feira (25/4).
Alberto Ferreira de Paula Carvalho, 52 anos, presidente da Associação de Moradores da Vila Nova Divinéia, lembrou que nada justifica o espancamento. “Um homem fazer uma covardia dessas com uma criança, independentemente do que tenha acontecido, é inadimissível. A gente espera que a Vara da Infância aja neste caso. Não pode ficar impune. Foi uma surpresa para a gente. Como uma coisa dessas acontece na nossa porta?”.
O caso é investigado pela 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante). De acordo com vizinhos, Victor mora na região há pouco mais de 1 ano, com pai, irmã e madrasta. Eles não souberam informar a profissão do agressor. Disseram que a família é bastante discreta.
Segundo Eduardo Ribeiro Machado, 32 anos, morador da Divinéia e que recebeu o vídeo das agressões, não é a primeira vez que Victor se envolve em confusão na cidade. Há seis meses, de acordo com ele, um grupo de reeducandos do sistema socioeducativo limpava a calçada na rua, quando o homem passou de carro, de forma abrupta. Os reeducandos reclamaram, o suspeito teria dado ré e os ameaçado. “Ele é um cara muito frio e agressivo”, afirmou o servidor público.
“E agora, vai correr?”
Segundo a vítima, antes da sessão de espancamento, o agressor se aproximou e perguntou: “E agora? Você vai correr? Você não disse que não sou seu pai?”.O agressor então xinga a vítima de “filho da puta”, “desgraçado”. Na sequência, teria afirmado: “Na próxima vez, vou é te matar”.
Ainda em depoimento, o adolescente disse ainda que Victor “sempre implicou muito” com ele. Segundo o jovem, o adulto disse, por diversas vezes, que “não ia com sua cara” e que o adolescente o “incomodava”.
O adolescente afirmou ainda que, após a violência física, Victor saiu da quadra “caminhando tranquilamente, zombando da situação”. A vítima foi encaminhada ao Instituto de Medicina Legal (IML) após prestar depoimento.