Em sua 2ª edição, Mormaço Cultural se consagra como o Maior Festival de Multilinguagens Artísticas de Roraima

Foto: Reprodução
Um mar de gente tomou conta do Parque do Rio Branco para prestigiar diversas atrações artísticas durante os dois últimos dias de festa
Fonte: Roraima em tempo

O Mormaço Cultural 2023 mais uma vez fez história! Neste domingo (1°), último dia do festival no Parque do Rio Branco, milhares prestigiaram dez shows musicais, entre artistas da terra e nacionais, além de mostra de cinema e espetáculo teatral. Foram muitas emoções e, de fato, o evento se consagra como o Maior Festival de Multilinguagens Artísticas de Roraima, já deixando saudades e expectativas para a próxima edição.

O Palco Sol ferveu!

O “gramadão” do Parque do Rio Branco, onde foi montado o Palco Sol, foi tomado por uma multidão que prestigiou os shows incríveis de Duda Beat, assim como Xamã. Os artistas, que até então nunca haviam se apresentado em Roraima, fizeram o público delirar com hits “estourados” e performances envolventes.

O rapper carioca Xamã, um dos grandes responsáveis por popularizar a cena do trap brasileiro para um público que, até então, não tinha muita intimidade com o gênero, levou para o Palco Sol aquele flow e a malícia do ‘malvadão’. Com letras que falam do cotidiano das ruas, de amor e de temas atuais, o artista então contagiou a galera com o que sabe fazer de melhor: rimar!

Xamã destacou suas raízes indígenas e, assim, celebrou sua primeira vez em Roraima. “O Brasil inteiro é um território indígena. Comecei meu resgate em 2020 e fiz um grupo com vários músicos e artistas para dar visibilidade a esse tema. Trazer um pouco de cultura, musicalidade, cosmologia e da espiritualidade desse tema. Eu acho que é o momento de reeducar todo o país sobre isso e estou buscando fazer isso com a música”, disse.

Diretamente do Nordeste para o Festival Mormaço em Roraima

Já a pernambucana Duda Beat, que traz em sua bagagem a riqueza e a diversidade cultural do nordeste, fez todo mundo cantar e dançar ao som de grandes sucessos de sua carreira, como “Bichinho”, “Nem um pouquinho”, “Meu Pisêro”, “Meu Jeito de Amar”, “Tangerina” e outros hits que fazem da artista uma das grandes revelações atuais da música pop brasileira.

O destaque do show foi a participação da cantora da terra Anne Louise Sanfoneira, que junto com a artista, cantaram “Chapadinha na Praia”. Duda deu um breve spoiler sobre o seu terceiro álbum, que está por vir. “É um show para todo mundo cantar e curtir. O novo álbum terá ‘sofrência’, pois sou boa em escrever sobre isso, mas terá uma pegada mais enérgica”, disse.

Artistas da terra dão show de entrega no Palco Sol

A banda roraimense Sociedade de Esquina foi quem iniciou os trabalhos no Palco Sol. Fundada em 2019, o grupo levou para o festival suas influências da terra, com um repertório regado a estilos que vão desde o pop ao carimbó. Participando pela primeira vez do Mormaço Cultural, a vocalista Milena Macuxi falou da experiência em compartilhar seu trabalho com o público e de trazer pautas relevantes para eventos culturais.

“Foi incrível. Acho muito necessário nós, indígenas, ocuparmos espaços como esses. Somos resistência há mais de 523 anos. E trazer nossas raízes e identidade para todas as pessoas, para nós, como artistas, sentimos que temos essa missão de espalhar amor e comunicar pautas importantes”, ressaltou.

Quem encerrou a noite no Palco Sol foi a Banda Dó3, composta por estudantes do Curso de Licenciatura em Música da UFRR. Dessa forma, com muita alegria e animação, o grupo levou para o Mormaço Cultural 2023 muito pop, rock e MPB, fazendo um passeio por artistas variados, desde Pablo Vittar a Paramore. Entre os intervalos das bandas o DJ Andrezinho agitou a galera com aquele eletrônico regado a muita brasilidade.

Os fãs aprovaram!

Sandra Sousa, por exemplo, curtiu o Mormaço com a mãe e amigos. Ela estava ansiosa para curtir o show do rapper xamã. “Eu gosto muito dele. Principalmente porque representa muito nossas raízes indígenas. As letras são necessárias”, contou.

Da mesma forma, Rayanna Martins e Johann Suhs também compareceram ao festival para prestigiar o rapper. “Tem uma música dele que eu amo muito que é Nicole. O festival está lindo e superou o do ano passado”, disse.

Palco Lua reúne diversidade musical no festival

Era início da noite quando o Palco Lua foi tomado por distorções de guitarra. Assim, o som anunciava a primeira apresentação do Mormaço Cultural às margens do Rio Branco. A Banda Dark V8 embalou o público com vários clássicos do rock nacional, como Legião Urbana e internacional, a exemplo de Guns N’ Roses.

“É a primeira vez que a gente toca no festival e foi surpreendente. Demos o nosso máximo no palco e sentimos o calor do Mormaço e o carinho do público. Foi maravilhoso”, disse o vocalista Bruno Emanuel.

Também foi dia de dançar ao som da Dj Chica Loca que agitou o público com sucessos da música brasileira.

Emicida e a turnê AmarElo no Mormaço Cultural

Às 21h, pontualmente, o rapper Emicida subiu ao palco e fez uma apresentação espetacular para os fãs que aguardavam ansiosos por suas rimas e poesias. O artista paulistano trouxe a turnê “AmarElo” para Boa Vista e cantou hits como “Quem Tem Um Amigo (Tem Tudo)”, “Pequenas Alegrias da Vida Adulta”, “Levanta e anda”, “Ismália” (em homenagem ao povo Yanomami), entre outras músicas que abordam temas sociais, raciais e políticos.

Uma hora e meia de show foi o suficiente para emocionar a manicure Rosana dos Santos. “Era o show que eu mais aguardava do Mormaço. Atendeu todas as minhas expectativas”, declarou.

Emicida saiu do palco agradecendo o público por fazer de suas canções parte da trilha sonora da vida de cada um.

Bzack: Rap, funk e trap também representaram no festival

Terceiro artista a se apresentar, com atitude e uma mensagem social forte, o rapper roraimense Bzack chegou com muito funk, plug e trap, trazendo reflexões sobre o cotidiano, que envolvem desde as causas de minorias a conscientização por justiça e igualdade.

Biquíni: um show para nenhum fã botar defeito

Já era madrugada quando a banda Biquíni subiu ao palco e, como de costume, fez um show para fã nenhum botar defeito. Então durante uma hora de apresentação, Bruno Gouveia e os integrantes da banda tocaram os grandes sucessos do grupo. Essa foi a quarta vez que o Biquíni tocou em Boa Vista. E, acima de tudo, a banda fez valer os dez anos de espera em um show cheio de carisma e muito Rock n’ Roll.

A professora Leidiane Nascimento, prestigiou o gênero musical que perpassa as novas e antigas gerações. “Foi sensacional! O Biquíni é uma das bandas que a gente mais ama. Assistir esse show com a minha família na nossa cidade agora é um sonho realizado”, contou.

 

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