Gestor de escola indígena do Manoá é reconduzido ao cargo após protesto de lideranças

Foto: Arquivo Pessoal
Governador havia demitido o gestor após denúncia de falta de reforma na unidade
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Categoria: Extremo Norte TV

O gestor da Escola Estadual Indígena Nossa Senhora da Consolata, na comunidade Manoá, em Bonfim, foi reconduzido ao cargo. A nomeação do professor está no Diário Oficial do Estado (DOE) do dia 6 de abril.

O governador Antonio Denarium (PP) demitiu o gestor depois que pais denunciaram a falta de estrutura da escola.

Conforme denunciado, os alunos estudam de forma improvisada em um barracão da comunidade. Os estudantes são do EJA e deveriam ter aulas a noite. No entanto, a unidade não tem iluminação.

Por conta disso, eles estavam estudando durante o dia no barracão. Mas com a chegada do inverno, a água da chuva invade o local que está com o telhado comprometido. O que torna ainda mais difícil o aprendizado da turma.

Após a denúncia na imprensa, o governador demitiu o gestor da escola. No entanto, pais de alunos, bem como moradores da comunidade se revoltaram e protestaram contra a decisão.

Demissão de gestor motivou cartas de repúdio

Desse modo, uma carta foi escrita e assinada por pais e moradores da comunidade. Eles discriminaram a demissão do gestor como assédio moral e intimidação.

“Entendemos que tal atitude se configura como assédio moral e intimidação ao servidor. Também possui caráter político, uma vez que nossa escola passa realmente pela situação exposta na mídia”, diz a carta.

Além disso, tuxauas de 20 comunidades próximas emitiram uma carta de repúdio. Eles disseram que a exoneração se tratava de um desrespeito aos direitos indígenas. Conforme eles, a autonomia de escolha de seus gestores foi uma conquista dos povos.

“[…] nossas conquistas e duras lutas… Qual uma delas é o processo de escolha de nossos gestores escolares. Entretanto, somos verdadeiros em mostrar as reais necessidades que enfrentamos na educação escolar indígena”, diz um trecho do documento.

Eles pediram ainda para a Secretaria de Educação “rever o autoritarismo”. E sugeriu ainda a presença da secretária Leila Perussolo à região para um diálogo aberto com as comunidades da Serra da Lua.

Depois disso, no dia 23 de março, a secretária foi até à comunidade e se reuniu com os indígenas. Na ocasião, ela se comprometeu em nomear o gestor de volta. Além disso, ela também afirmou que iria providenciar a reforma da escola.

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