O Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou um inquérito nesta semana para apurar supostas práticas abusivas praticadas pela 123Milhas. A empresa cancelou voos e hospedagens e limitou o reembolso dos valores pagos pelos clientes. A audiência com representantes da companhia está marcada para o dia 28 de agosto.
O promotor Cesar Ricardo Martins levou em conta o elevado número de reclamações contra a 123Milhas em plataformas online, bem como no Procon. Desse modo, ao todo, clientes registraram 973 reclamações relativas aos assuntos tratados no inquérito. Martins é titular da Promotoria de Justiça do Consumidor da Capital.
“A pessoa jurídica recebeu prazo de 15 dias para esclarecer, entre outros pontos, se houve cancelamento de pacotes turísticos por culpa da investigada, por falta de repasse de valores às companhias áreas e às redes hoteleiras”, diz o MPSP.
A empresa decidiu suspender as emissões de passagens e pacotes da linha Promo com previsão de embarque de setembro a dezembro de 2023. A interrupção das vendas desse produto já havia ocorrido na última quarta-feira (16). Todos os demais produtos da 123milhas permanecem sem nenhuma alteração.
“A decisão deve-se à persistência de fatores econômicos e de mercado adversos, entre eles, a alta pressão da demanda por voos, que mantém elevadas as tarifas mesmo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada. A 123 milhas ressalta que a linha Promo representa 7% dos embarques de 2023 da companhia”, informou a companhia.
De acordo com a 123milhas, a empresa irá devolver os valores pagos por produtos da linha Promo com embarque previsto para setembro, outubro, novembro e dezembro de 2023 em vouchers, com correção monetária de 150% do CDI – acima da inflação e dos juros de mercado. Qualquer pessoa poderá usar os vouchers para compra de outros produtos da 123milhas.
