O número de mortos em conflito entre ianomâmi sobe para 4 afirma liderança, entre eles 7 estão feridos

Foto: G1 RR
Duas pessoas também desapareceram durante o conflito entre indígenas da Comunidade Tirei e Pixahenabi. A informação foi divulgada em uma rede social pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana (Condisi-YY).
Por: g1 RR

Subiu para quatro o número de mortos em um conflito armado entre indígenas das comunidades Tirei e Pixanehabi, na Terra Indígena Yanomami. O total de feridos já chegou a sete, segundo informou o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami (assista o vídeo acima).

A informação foi confirmada pelo presidente do Condisi-YY, na manhã desta quarta-feira (13). Segundo ele, três mortos são da Comunidade do Tirei e o quarto é da Pixanehabi. Inicialmente, a informação era de dois mortos e cinco feridos.

Além disso, Hekurari relatou que ao menos duas pessoas estão desaparecidas. Não há informação sobre o estado de saúde dos feridos, que segundo Hekurari, até o momento não foram resgatados.

“Trata-se de uma região de difícil acesso e nesse momento necessitamos de medidas a fim de evitar um possível massacre”, ressaltou Júnior Hekurari.

A reportagem procurou a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde, e aguarda retorno.

Nesta quarta, Júnior Hekurari também relatou que as mulheres e crianças da comunidade Pixanehabi pretendem se esconder na floresta. Os homens vão ficar na comunidade e pediram que os garimpeiros não apoiem mais os Yanomami da Tirei.

O conflito entre comunidades aconteceu na segunda-feira (11) devido os indígenas da comunidade Tirei serem a favor do garimpo, inclusive, com alguns deles trabalhando na mineração, de acordo com o presidente do Condisi-YY.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a movimentação dos indígenas e sons de tiros. As duas comunidades ficam na região do Xitei, onde há forte presença do garimpo ilegal.

Nessa terça-feira, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que está “em tratativa com forças policiais” para organizar uma operação “de maneira urgente” na região em que as comunidades entraram em conflito.

A resposta do MPF veio após Hekurari pedir, em ofício, uma resposta do poder público. O documento também foi enviado para a Fundação Nacional do Índio (Funai), que disse estar acompanhando a região do Xitei por meio das Bases de Proteção Etnoambiental (Bapes) na Terra Indígena Yanomami.

As Bapes são unidades responsáveis por ações permanentes e contínuas de proteção, fiscalização e vigilância territorial, além de coibição de ilícitos, controle de acesso, acompanhamento de ações de saúde, entre outras atividades.

“Quanto a denúncias de ilícitos, bem como operações policiais em Terra Indígenas, a Funai esclarece que as informações somente poderão ser prestadas pela Policia Federal”, ressaltou.

O Conselho de Saúde relatou que o cenário é grave e demanda uma atuação coordenada e integral dos órgãos responsáveis, sem abrir mão de todos os apoios e parcerias com a sociedade civil necessários no momento.

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