Pacientes denunciam desrespeito de médico e dificuldade em marcar exame na rede estadual de saúde

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Sesau afirmou que vai apurar o caso e, se comprovar indícios de conduta incompatível com a ética médica, adotará as devidas providências

Pacientes da rede estadual de saúde denunciaram descaso durante atendimento nas unidades. As denúncias foram feitas à redação da 93FM nessa quinta-feira (26).

Giovanna Rufino, de 35 anos, é paciente da Clínica Especializada Coronel Mota. Ela buscou atendimento com um proctologista para receber um diagnóstica e tratamento para um problema de saúde, contudo, afirma que foi desrespeitada pelo profissional da unidade.

“Ele pegou meu encaminhamento e já reclamou que não entendeu a letra da minha médica, sendo que a letra é visível, dá para você entender. Na realidade ele estava era com preguiça de ler. Ele foi grosso, não quis me ouvir porque eu falava ele rebatia, não quis nenhum momento ouvir a paciente para ver o que estava sentindo”, disse.

A paciente explica que o constrangimento piorou quando o médico foi examiná-la. Giovanna detalha que chegou até a chorar devido ao tratamento do profissional.

“Na hora ele falou assim ‘bora faz força’ e eu falei ‘espera aí doutor, que eu tenho até medo de fazer força’. Eu falei ‘meu Deus, meu Deus!’ e ele questionou porque que eu estava chamando Deus, que Deus tinha a ver com aquilo. Eu respondi ‘doutor é porque está doído, não é o senhor que está sentindo. Não aguentei e comecei a chorar”, relatou.

Ontem (26) a mulher procurou a ouvidoria para denunciar o caso e em conversa com um dos funcionários da Clínica, Giovanna soube que esta não é a primeira reclamação do médico, mas ele segue na função.

“Se aconteceu comigo que tenho 35 anos, imagina com os idosos que entram ali sem acompanhante que como é que esse médico trata, entendeu? As pessoas não têm coragem de falar, então eu estou falando aqui que as pessoas tem que denunciar sim. É do SUS? É a gente paga”, comentou.

Espera por exame

Outro caso é da paciente Ivete de Almeida, de 48 anos, ela aguarda por uma ressonância magnética pelo estado desde fevereiro. Conforme ela, o exame é para comprovar a condição médica ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“Eles dizem que para semana vão ligar para marcar e nunca ligam. Eu vou ser bloqueada do meu benefício por conta da Sesau que não está atendendo”, disse.

Ivete tem uma fratura na coluna e no fêmur e por conta disso recebe o benefício do INSS, porém é preciso comprovar a condição na perícia.

“É um descaso total vindo do governo, da Secretaria de Saúde, porque eles só dão o pedido de ressonância se realmente você precisar. Eu preciso de um reumatologista e não consigo marcar, agora é essa situação da ressonância […] Tem dias que eu não ando por conta dessa situação”, explicou.

O que diz a Secretaria de Saúde

Em nota, a Sesau informou que a direção da Clínica Médica Especializada Coronel Mota vai apurar a situação da paciente. “Se comprovar indícios de conduta incompatível com a ética médica, adotará as devidas providências”, completou.

Ainda conforme a pasta, as reclamações sobre atendimentos podem ser feitas na Ouvidoria de forma presencial na sede da Sesau, pelo email: ouvidoria@saude.rr.gov.br ou ainda pelo telefone da Ouvidoria: (95) 98410-6188.

Sobre o exame de ressonância magnética da paciente Ivete, a redação ainda aguarda a resposta.

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