Professora denuncia ilegalidade em seletivo de contratação de instrutores para curso de formação da PMRR

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Segundo a denunciante, a seleção mostra de forma clara que parte da equipe que elaborou o edital também concorreu no certame
Fonte: Roraima em tempo
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Categoria: Extremo Norte TV

A professora Carla Domingues denunciou nesta sexta-feira (17) irregularidades no certame de contratação de instrutores para o Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar de Roraima (PMRR). No dia 7 de janeiro, ela entrou com um documento no Ministério Público de Roraima (MPRR). E, desse modo, pediu a anulação do certame.

De acordo com ela, a seleção mostra de forma clara que, policiais militares que participaram da elaboração do edital, concorreram no certame.

Entre eles, está o ex-comandante-geral da PMRR, o coronel Francisco Xavier. Logo, a denunciante pede que o atual comandante, o coronel Miramilton Goiano, apure todo o processo.

“Este é um certame viciado desde o início. O que não impediria de forma alguma que o atual comandante corrigisse todo o edital e justificasse. O que a gente vê na PMRR é que se tornou a extensão da casa de algumas pessoas. Isso, devido ao apadrinhamento político”, finalizou.

Isonomia

Outro ponto que Carla destacou é que o edital deixou de fora os professores civis. Os policiais da reserva também ficaram de fora. Desse modo, beneficiava somente os militares da ativa.

“A primeira falha desse edital foi em relação ao princípio da isonomia. Por quê? Porque esse edital foi fechado apenas para contratação de policiais militares ou bombeiros militares da ativa. Os professores civis e os policiais militares da reserva não podiam se inscrever”, disse.

Além disso, a professora alega que a seleção do certame está baseada na pontuação em Curso de Operações Especiais (Coesp). No entanto, a medida está errada. Pois, os militares estão selecionados para ministrar matérias que não são de natureza específica militar. Ou até mesmo de agente de segurança pública, como a matéria Criminalística.

“Eles supervalorizam, por exemplo, cursos como o Coesp. Não pode ser considerado um curso a ser pontuado pra quem vai ministrar. Por exemplo, a disciplina de Direitos Humanos. A aberração é que os policiais militares que trabalharam na elaboração do edital participam do certame. Bem como o próprio ex-comandante geral coronel Francisco. Como é que você elabora o edital, cria as regras e vai concorrer ao certame? Isso não pode“, contestou.

Citada

Em nota, a PMRR negou que o seletivo tenha irregularidades. Disse ainda que o resultado final teve a sua publicação respeitando as regras do edital.

Por fim, afirmou que atendeu ao pedido da professora Carla e permitiu a participação de instrutores civis. Sobre o ex-comandante ter concorrido no certame, a PMRR relatou que ele já não comandava mais o órgão.

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