Victor Godoy Veiga foi confirmado, nesta segunda-feira (18), como o novo ministro da Educação. Ele havia assumido o cargo interinamente em 30 de março após a saída conturbada de Milton Ribeiro do posto. A nomeação definitiva de Godoy foi publicada no Diário Oficial da União.
Godoy era secretário-executivo da pasta desde julho de 2020, posto assumido durante a gestão de Ribeiro. O ex-ministro deixou o governo após denúncias de que dois pastores estariam pedindo propina para facilitar a liberação de verbas da pasta.
Antes de ser o braço direito de Ribeiro no MEC, Godoy atuou na CGU (Controladoria-Geral da União) por 16 anos nos cargos de auditor federal de finanças e controle, chefe de divisão, coordenador-geral e diretor-substituto de auditoria, e diretor de auditoria da área social e de acordos de leniência.
Corrupção no MEC
O escândalo que envolveu Milton Ribeiro foi revelado em 22 de março, quando vazou um áudio do ex-ministro em que ele afirma que o governo prioriza repasse de verbas a partir de negociações com dois pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Os religiosos em questão seriam Gilmar Santos e Arilton Moura, que não têm cargo oficial no governo.
Os pastores atuavam desde o início da gestão de Milton e levaram dezenas de prefeitos para reuniões, com verbas tendo sido liberadas em curto prazo após os encontros. Segundo as acusações, feitas até pelos próprios prefeitos, havia cobrança de propina para facilitar os repasses. A Polícia Federal investiga as denúncias a pedido da Procuradoria-Geral da República devido a indícios de crimes de corrupção passiva, prevaricação, tráfico de influência e advocacia administrativa.
Milton Ribeiro nega a existência de atendimento preferencial. Logo após a revelação do áudio, ele afirmou que a solicitação do presidente era que todos os prefeitos que procurassem o ministério fossem atendidos. “Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, diz a nota de defesa do MEC.